sexta-feira, 15 de agosto de 2008

labirintos da vida

A solidão consome-me
Na alma, d’amor tenho fome.
Só intrigas e ilusões na vida
Até parece que sou perseguida
Pelo desespero e escuridão.
Vem amor, abre-te a mim
Tira-me deste labirinto sem fim
Onde me perco à tua procura,
Transformando a razão em loucura.

Mas tu não chegas, e eu morro
De cada vez um pedacinho escorro
Nas lágrimas, que lavram minha pele
Numa amarga mistura de fel e mel.
Solta-me daqui, monstro medonho!
Todos os dias da vida me oponho
A baixar os braços para encontrar a porta
E sair deste labirinto de revolta.

Porém, vislumbro saída à frente
E coloco obstáculos adiante de repente.
Penso p’ra mim que é ilusão,
Aquele caminho não é a solução.
Então, percebo, não há alternativa!
Aquele é o caminho da minha vida!
Todavia, chego à porta e nela bato
E do outro lado apenas responde, longínquo,
Um murmúrio suave no meio do vácuo.

Sinto que está algo lá, nas profundezas
E tem o antídoto das minhas tristezas.
Mas desespero à espera que chegue a hora
De colher o fruto, essa doce amora.
Roxa por fora e vermelha de paixão
Que acalma e amacia o coração
De quem sempre esteve a vida à espera
Que chegasse a seu âmago a Primavera.

E quando isso acontecer
De flores me lavro, serei jardim
De rosas brancas e malmequeres,
E relva p’ra te deitares em mim.
Nesse dia desabrocharei suavemente
E farei delirar as nossas mentes
Num misto de paixão, amor, carinho,
E algum loucura apimentando o caminho.

Vem, meu companheiro, vem a mim,
Aceita tudo o que meu coração oferece
Dá-me atenção, ouve-me assim
A prometer dar-te o que tu mereces.
Não garanto ser para sempre,
O caminho vai além da distância
Que o horizonte permite avistar.
Por muita que seja a minha ânsia
De contigo viver para sempre,
Saberei somente fazer nossas
Memórias boas, que a gente lembre.

Se o destino nos traçou infinito
O nosso caminho paralelo,
Então poderei mostrar, é dito,
O quanto o amor tem de belo.
Perfumarei todos os dias
Com o suave odor da fragrância
Do desejo que chegues a mim de verdade
Para desabafarmos a nossa saudade.

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