domingo, 28 de setembro de 2008

tanto para dizer

Estou a tentar esquecer-te. Eu sei que preciso de te esquecer, pelo menos por um tempo. Mas como se esquece o nosso príncipe depois de o encontrarmos? Durante muitos anos apaguei a imagem desse príncipe dos meus sonhos. Afinal, seria só uma fantasia. E fui-me contentando com o que a realidade parecia trazer de melhor. Carinho, atracção, amizade… mas o companheirismo, a entreajuda, o amor incondicional… pensei não existir.
Depois, conheci-te. E não foi pelos teus lindos olhos, pelo teu corpo musculado, pelo teu físico que me apaixonei. Tão pouco pelo dinheiro ou ambições que tenhas. Foi sim, pelo carinho com que cuidas de todos à tua volta, pela companhia que me fazias mesmo à distância, pelo desafio mental que me proporcionas! E pelos camarões fritos à meia-noite… Esta lembrança fez-me sorrir. Aquela noite, em que tivemos que usar todos os nossos recursos mentais para não fugirmos ao que sabíamos ser o correcto a fazer. As conversas, os desabafos, os sorrisos partilhados. A vontade de te beijar, de te compensar com o mesmo carinho que tu me transmitias, e sentir que estavas receptivo a isso naquela hora, deixava-me entre a espada e a parede!... Valeu o esforço de respeitar o espaço que ambos necessitamos neste momento…
Tanto para dizer, tanto para contar e tanto segredo para esconder. Tanto que gostava de poder dizer, e só a ti, e tanto que gostava de te escutar.
Poderia falar por exemplo, do sabor que é poder encostar a minha cabeça no teu ombro, e saber que nada me exiges em troca, senão poderes fazer o mesmo quando tens vontade disso. E poderia falar do quanto é bom quando descansas no meu colo, e eu te mimo com beijos e carícias sinceras. Poderia falar do quanto é agradável falar contigo, de te ouvir a contar histórias, de escutar o teu riso espontâneo, o teu modo de viver a vida. Poderia falar do quanto me fazes sentir importante só por ser singular, mesmo quando a moral está abaixo da linha… mas não quero falar. Porque são só recordações do passado, e espero vivenciá-las num futuro próximo.
Eu não sei ler o futuro. Agora, preciso de viver o presente. Mas não posso fingir que o meu presente não está vazio. De um modo ou de outro, faltas tu aqui, e ninguém te substitui.
Com muito carinho, para o meu Mickey ;)

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