Oh! Do que ando eu à espera? De um milagre? Sim, eu sei o que dizem por aí: "todos os dias são feitos de pequenos milagres..."
É uma visão tão romântica da vida, não é? Milagres todos os dias… Mas eu estou a falar de um verdadeiro, vero, real, puro, MILAGRE! Sim, o amor é um milagre. O amor não acontece todos os dias. O amor não acontece a mim todos os dias. Só na minha ilusão, por isso, preciso de um milagre que transponha para a realidade a minha ilusão. O meu homem perfeito, ou quase, mas principalmente, o amor que ele sente por mim. Será que alguma vez senti o amor de um homem? Além do meu pai, claro. Sim, de facto já. Mas não lhe pude retribuir, não éramos as pessoas certas um para o outro. Logo, não havia “O Amor”. Só havia alguém que amava alguém…
Já não acredito em contos de fadas. Já tenho idade cronológica e estofo sentimental suficientes para concluir que não existem nem homens perfeitos nem amores perfeitos. Desses, só mesmo as plantas de tal nome. Amor, o que é o amor? Não é com certeza a congruência de interesses que algumas pessoas insistem em intitular de amor, pois não? Não é com certeza a satisfação conjunta de desejos sexuais entre duas (ou mais) pessoas, espero. Não. O amor são nuvens, rosas, borboletas, rouxinóis a cantar melodias vibrantes no ar, sonhos cor-de-rosa, beijos, abraços, sufocos de dor quando o nosso par não está a abraçar-nos, e por fim, a ânsia de o voltar a ter para si. Esta é uma ilustração do amor. Mas o amor é tudo. O amor é o Mundo. E ninguém quer andar com o peso do mundo às costas por ninguém, portanto, já não acredito no amor de alguém. Vou continuar a sonhar, no outro Mundo, aquele em que alguém carrega o peso do mundo por mim.