quarta-feira, 23 de novembro de 2011

eu tenho uma tulipa...


Eu tenho uma tulipa
Ela é vermelha e amarela,
É o sol que se dissipa
Por detrás da minha janela.
É do amor verdadeiro,
Declaração de guerreiro;
É do impossível amor,
Que tanto me causa dor.
Eu tenho uma tulipa
Que é duas numa flor.
A flor que antecipa
O fim antes do amor.

Uma tulipa eu tenho
Com duas cores, que estranho…
Só queria uma escarlate
Para te ter sempre e amar-te.

Fenira Flymind

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Provocação

Não gosto que me provoquem


Por isso rio do cinismo de outrem

Que achem que me sufoquem

Eu sou eu e mais ninguém!

Sou de Páscoa, melodia doce,

De casca fina e coração mole.

Mas sou de ferro, forjada a solda,

Não há água ou vento que me f***.

Ferida

Hoje preciso de um penso.


Para o meu coração.

Está ferido e não sei como

Parar esta emoção.

Sangra em jorro fácil,

Assim me viesse o choro.

Da forma como está frágil

Depressa eu morro.

Mas a água limpa-me as feridas

E hidrata o que me secou,

Este sangue, doce veneno,

Que a mágoa me tirou…

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Insegurança

Estou tão apática


Que nem escrevo…

Dedilho entre teclas,

Absurdas de significado,

Quando o que quero

É pousar sobre uma nuvem

E aliviar este peso.

Dói-me o coração

Dói-me a cabeça,

Dói-me a alma.

Dói-me a vida.

E tu não estás.

E se estás, criticas.

Eu vejo o teu lado cor-de-rosa.

Porque não vês o meu?

E dói-me o ciúme,

A solidão e a incerteza…

Devias ser a minha nuvem…

Porque não o és?...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Paciência

Paciência, é a palavra chave
Para sobreviver a cada entrave
Que a vida nos coloca à frente.
Cada dia, um mundo diferente.
De cada vez que se levante,
O vento ciclónico turbilhante
Sigo calma, cabeça no lugar,
Coração no peito, amor para dar.

Venha quem vier,
Quais intenções que tiver,
Não espere que me exalte.
Esse passado não me falte.
Caminho, segura de quem sou.
Não interessa o que a vida levou.
Interessa o que a vida dá, a quem
Sempre se deu quando amou alguém.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O amor não acontece todos os dias

Oh! Do que ando eu à espera? De um milagre? Sim, eu sei o que dizem por aí: "todos os dias são feitos de pequenos milagres..."


É uma visão tão romântica da vida, não é? Milagres todos os dias… Mas eu estou a falar de um verdadeiro, vero, real, puro, MILAGRE! Sim, o amor é um milagre. O amor não acontece todos os dias. O amor não acontece a mim todos os dias. Só na minha ilusão, por isso, preciso de um milagre que transponha para a realidade a minha ilusão. O meu homem perfeito, ou quase, mas principalmente, o amor que ele sente por mim. Será que alguma vez senti o amor de um homem? Além do meu pai, claro. Sim, de facto já. Mas não lhe pude retribuir, não éramos as pessoas certas um para o outro. Logo, não havia “O Amor”. Só havia alguém que amava alguém…

Já não acredito em contos de fadas. Já tenho idade cronológica e estofo sentimental suficientes para concluir que não existem nem homens perfeitos nem amores perfeitos. Desses, só mesmo as plantas de tal nome. Amor, o que é o amor? Não é com certeza a congruência de interesses que algumas pessoas insistem em intitular de amor, pois não? Não é com certeza a satisfação conjunta de desejos sexuais entre duas (ou mais) pessoas, espero. Não. O amor são nuvens, rosas, borboletas, rouxinóis a cantar melodias vibrantes no ar, sonhos cor-de-rosa, beijos, abraços, sufocos de dor quando o nosso par não está a abraçar-nos, e por fim, a ânsia de o voltar a ter para si. Esta é uma ilustração do amor. Mas o amor é tudo. O amor é o Mundo. E ninguém quer andar com o peso do mundo às costas por ninguém, portanto, já não acredito no amor de alguém. Vou continuar a sonhar, no outro Mundo, aquele em que alguém carrega o peso do mundo por mim.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Paixão.. onde te escondeste?

Sinto falta da paixão. A paixão de sorrir, a paixão de amar, a paixão de ser amigo… a paixão de quem vê o dia nascer e acredita que o sol durará sempre. A paixão de quem vem ao mundo e encara o desconhecido com um brilho no olhar. A paixão de quem faz o que gosta, e porque quer. A paixão de alguém que conquista o improvável e transforma o impossível em possível.
Até a paixão de escrever desenfreadamente, de dar vida a esta prosa sentimentalista.
Preciso de ver os rios a correr, sempre no mesmo sentido, sempre certos de que no fim está o eterno descanso numas margens banhadas pelo repouso da foz. Preciso de ver um pintainho eclodir, quebrar a casca, dura, e sair vitorioso da sua luta. Preciso de ver um romance, a troca de olhares entre duas pessoas nuas por dentro e por fora, o primeiro beijo e o último daquele momento cheio de fé na sua repetição. Preciso de saltar de pára-quedas e acreditar que ele se abrirá no momento certo. Preciso de meter a cabeça debaixo de água e acreditar que consigo suster a respiração durante um tempo interminável, enquanto uma multidão grita lemas de apoio à minha bravura. Preciso de rir, rir muito, até me doer a barriga e escorrerem lágrimas pela face de ficar sem fôlego de tanto rir!!! Preciso de me sentir forte e acompanhada ao longo da minha vida, porque não me sinto assim agora. Sei que me sentirei assim um dia, apaixonada por mim mesma, pelo mundo, por alguém... mas não agora. Não hoje. Não amanhã. Talvez no dia seguinte. Como sempre.